CINEMA E EDUCAÇÃO: o conflito sociambiental na representação fílmica de Adrian Cowell[1]
Por Daiana Cristina Silva[2]
Com o objetivo de analisar os conflitos socioambientais na Amazônia Ocidental presentes nos documentários de Adrian Cowell (1934-2011), o presente livro apresenta a análise fílmica no período conhecido como a década da destruição (1980-1990).
No primeiro capítulo, a autora contextualiza historicamente os conflitos socioambientais durante a ocupação territorial do estado de Rondônia, período da Ditadura Militar (1964-1985), influência do mercado internacional e o investimento do Banco Mundial para viabilizar os projetos governamentais desenvolvimentistas na Amazônia. A pesquisa aborda e enfatiza, as consequências dos impactos socioambientais decorrentes da integração nacional da Amazônia nas décadas de 80 e 90.
No capítulo dois sintetiza a importância social da comunicação no Brasil e a centralização das mídias eletrônicas tradicionalmente dominadas por poucas famílias. Acentua o poder persuasivo da mídia eletrônica em sociedades com pouco hábito de leitura como o Brasil e a urgência em democratizar o acesso do espectador cidadão ao conteúdo midiático com a aprovação de uma política de comunicação eficiente no País. No mesmo capítulo, descreve uma introdução sobre fotografia e cinema para a compreensão da produção de sentidos nas obras de Adrian Cowell que registram os conflitos socioambientais na Amazônia Ocidental.
No capítulo três, a autora apresenta a biografia de Adrian Cowell e o referencial teórico que sustenta as análises fílmicas e os procedimentos adotados para seleção e análise do corpo fílmico. Ainda nesse capítulo, constam os títulos de filmes selecionados e os processos metodológicos adotados para a análise dos sentidos.
No capítulo quatro constam as análises dos documentários dos filmes: Na Trilha dos Uru-Eu-Wau-Wau (1990), Destino dos Uru-Eu-Wau-Wau (1999); Chico Mendes: Eu Quero Viver (1989); Nas Cinzas da Floresta (1990) e Batida da Floresta (2005). Nas análises feitas destaca-se a invisibilidade de atores sociais como os grupos indígenas diante da ocupação territorial de Rondônia. De um lado, o migrante pobre sulista que sobrevive em péssimas condições de vida na terra que lhe foi prometida, e do outro, nativos indígenas vistos como empecilhos ao desenvolvimento regional.
Por fim, o capítulo cinco e as considerações finais ressaltam a importância das contribuições dos documentários de Adrian Cowell para uma educação ambiental crítica. A autora finaliza sua obra reiterando a importância de Chico Mendes e o seu engajamento na luta de seringueiros para a conservação da floresta que repercutiu internacionalmente e colaborou, significativamente, para a elaboração de uma legislação ambiental Brasileira. Após as referências, encontram-se as transcrições dos documentários analisados.
[1] KITAMURA, Elisabeth Kimie. Cinema e educação: o conflito socioambiental na representação fílmica de Adrian Cowell. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2017.
[2] SILVA, Daiana Cristina. Acadêmica de Jornalismo bolsista PIBEC do projeto de extensão Comunicação e educação: a contribuição de narrativas imagéticas para a superação da degradação e desigualdade ambiental em Rondônia.